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quinta-feira, março 28, 2024

Transportes sobre trilhos devem ganhar novos 130 quilômetros até 2022

Expandir a rede do Metrô, modernizar e expandir a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e implantar corredores de ônibus e VLT (veículo leve sobre trilhos). Para Jurandir Fernandes, ex-secretário de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo (2001 a 2006 e 2011 a 2014), essas deveriam ser as prioridades do plano de mobilidade urbana de São Paulo.

Durante a reunião com o COE (Conselho de Economia), da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), coordenado pelo economista Roberto Macedo, na manhã desta segunda-feira (25/5), Fernandes afirmou que as obras na área de transportes têm dois grandes desafios: o financiamento e a execução.

Ele se baseou em dados da Pesquisa de Origem–Destino de 2012, feita pelo Metrô, para falar sobre a relação entre transportes coletivo e individual na Região Metropolitana de São Paulo, entre 2007 e 2012. O levantamento aponta, por exemplo, crescimentos de 45% no número de passageiros transportados pelo Metrô, 62% pela CPTM, 13% por ônibus, 19% por carros, 44% por motos e 55% por táxis, entre 2007 e 2012.

“O aumento no volume de passageiros registrado nos últimos 5 anos, mostra que houve um incremento forte nos transportes sobre trilhos (75%), que é reflexo dos investimentos que estão sendo feitos”, diz.

A atual rede metroferroviária possui 11 linhas, 336 quilômetros de extensão, 155 estações, transporta 7,4 milhões de passageiros por dia/útil, e atende a 22 municípios. Fernandes diz que os investimentos atuais (foram cerca de R$ 40 bilhões, nos últimos 3 governos) devem melhorar substancialmente o cenário de transporte público até 2022.

A expectativa é que até 2022, sejam construídas 10 linhas (novas e expansão), outros 129,6 quilômetros de extensão, mais 103 estações, que a rede atenda a novos 4 milhões de passageiros por dia/útil, além do que já é atendido, e a inclusão de 2 novos municípios no mapa do Metropolitano. No entanto, Fernandes destacou que as previsões dependem em parte dos ajustes econômicos implementados pelo governo federal.

“O transporte sobre trilhos vai melhorar substancialmente até 2022, data limite para a finalização de todas as obras em nove linhas que estão em curso atualmente no Metrô e na CPTM”, diz. “Se o fluxo financeiro ocorrer normalmente como está ocorrendo, todas as obras estarão prontas dentro do prazo.”

FERNANDES: OBRAS DEVEM ESTAR PRONTAS ATÉ 2022/ FOTO: WERTHER SANTANA/ESTADÃOCONTEÚDO
FERNANDES: OBRAS DEVEM ESTAR PRONTAS ATÉ 2022/ FOTO: WERTHER SANTANA/ESTADÃOCONTEÚDO

DIFICULDADES

O ex-secretário também citou algumas dificuldades de sua gestão que influenciam e atrasam o processo de licitação e construção de novas linhas e estações.

São elas: elaboração de projetos, licenças ambientais, impactos urbanos e sociais, licitações, interferências cadastradas, desapropriação e reassentamento, alvarás para obras e para operação, e por fim, o gerenciamento de todas as essas partes – cuja dificuldade aumenta muito quando existem nove grandes obras acontecendo simultaneamente.

“O Metrô e a CPTM não são empresas construtoras. Elas são operadoras de transporte de massas. O Metrô, por exemplo, é um dos melhores operadores do mundo. Falo isso com segurança”, diz.

“A licença prévia do monotrilho da linha 17 tinha 66 requisições. Elas são difíceis, mas muito importantes. A legislação ambiental brasileira é uma das mais bem elaboradas do mundo.”
Outra crítica do ex-secretário foi sobre a Lei de Licitações, cuja versão atual de 1993 é tida por ele como ultrapassada. “Ela está ultrapassada. Estamos perdendo muito chão com essa lei, que não resolveu o que ela queria resolver: acabar com propina, corrupção etc. É hora de pensar como modernizar essa legislação.”

FINANCIAMENTO

Sobre o sistema de financiamento, o ex-secretário destacou as PPPs (parcerias público-privadas). Fernandes diz que, como os recursos do Tesouro são insuficientes, e os financiamentos, limitados, sobram as concessões e em especial as PPPs para permitir a execução de todos os projetos. “A PPP combina recursos públicos e privados em ações de interesses para ambos os lados”, defendeu ele.

Fonte: Diário do Comércio

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    Eduardo Paulinohttps://eduardopaulino.com
    Paulistano, empresário, aquariano e prestativo. É apaixonado pelos temas marketing digital, mobilidade urbana, recursos humanos e empreendedorismo. É o criador dos sites de mobilidade do Grupo PLN. Quer entrar em contato com o Eduardo? Conecte com ele no LinkedIn ou envie um e-mail para eduardo@mobilidadesampa.com.br.

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