Em São Paulo, o Ministério Público denunciou, nesta sexta-feira (22), à Justiça funcionários de empresas que reformaram trens do metrô. Eles teriam agido em nome das próprias empresas para a formação de um cartel.
Os trens reformados são das linhas 1 e 3, que transportam o maior número de passageiros em São Paulo. A denúncia criminal é contra executivos que representavam Alstom, Temoinsa, Tejofran e MPE. Elas reformaram 98 trens do metrô. Os contratos foram assinados entre 2008 e 2009, em governos do PSDB.
O Ministério Público diz que a licitação foi fraudada. O promotor cita como provas e-mails apreendidos nas empresas. Em um deles, o representante da Alstom, Cesar Ponce de Leon, diz: “O ponto mais importante é a ‘organização do mercado’. Nós devemos montar um grupo forte para nos certificarmos da divisão do bolo”.
A denúncia traz tabelas feitas pelas empresas, que estariam acertando a divisão dos contratos. O promotor diz que todos esses detalhes ajudam a configurar crimes contra a ordem econômica e contra a administração pública. E explica que o cartel acontece no momento em que os denunciados fazem um acerto e isso é crime. Na denúncia, ele pede a prisão preventiva do executivo Cesar Ponce De Leon, que não foi encontrado.
“Que eles respondam ao processo e, ao final, sejam punidos pelas práticas dos crimes, e ainda, pratiquem o ressarcimento dos valores extras aos cofres públicos”, disse Marcelo Mendroni, promotor de Justiça.
A Alstom declarou que respeita as regras das licitações e que o executivo que pode ser preso deixou a empresa.
O grupo Tejofran afirma que jamais participou de cartel, que põe a contabilidade à disposição da Justiça e que defende a lisura dos funcionários.
A MPE e a Temoinsa não se pronunciaram até agora.
O Metrô declarou que a denúncia não envolve nenhum funcionário da companhia e que tem colaborado com as investigações.
O PSDB afirma que a denúncia não envolve o partido nem qualquer filiado.
Fonte: Jornal Nacional
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