Na tarde desta terça-feira uma manifestação de cerca de 300 pessoas pelo dia da luta antimanicomial bloqueou algumas vias da capital paulista.
Por volta das 14h o grupo se reuniu no vão livre do Masp e bloqueou a Avenida Paulista, no sentido Consolação. Os manifestantes seguiram pela até o fim da Avenida Paulista e depois caminharam pela passagem subterrânea da Avenida Paulista para a Avenida Rebouças, na direção da Avenida Rebouças.
Depois bloquearam a Avenida Rebouças, no sentido da Marginal Pinheiros, e entraram na Rua Doutor Enéas de Carvalho Aguiar, sentido Rua Teodoro Sampaio, onde está localizado o Hospital das Clínicas.
Por volta de 17h30, a Rua Doutor Enéas Carvalho de Aguiar foi totalmente liberada pelo grupo que realizava a manifestação pelo dia da luta antimanicomial desde o início da tarde.
O combate ao tratamento manicomial teve início em 1987, com a luta pela substituição da forma violenta de confinamento pela solidariedade, igualdade, liberdade, justiça social e autonomia dos pacientes.
Entretanto, foi somente em 2001, com a criação da lei 10.216, que o cenário referente à saúde mental começou a ser modificado. Mas ainda hoje, 14 anos após a lei ter entrado em vigor, grupos continuam lutando pelo fim dos manicômios e dos métodos de tratamento que se baseavam na violência e na segregação.
“A lei 10.216 tramitou por 12 anos e em 2001 foi votada e sancionada. Mas até hoje a realidade ainda é de manicômios. Muitos desses espaços têm características de presídio, de segregação, de superlotação e todos – quase em regra geral – são espaços de muitas violações de Direitos Humanos”, disse Gilmar Ferreira, presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos.