Há 10 dias em greve, servidores protestam no Centro de São Bernardo do Campo

Para pressionar o prefeito Luiz Marinho (PT) e apresentar uma proposta de reajuste nesta sexta-feira (22/05), cerca de 1.500 servidores públicos de São Bernardo, segundo a PM, fizeram uma passeata pelo Centro da cidade e cerca de 30 funcionários continuaram acampados na Câmara Municipal. A manifestação afetou o trânsito no Centro de São Bernardo, em Santo André e Diadema e a circulação de ônibus e trólebus desde às 7h da manhã. Houve reflexo de congestionamento também na Rodovia Anchieta.

As linhas de trólebus, que fazem o acesso entre Santo André, São Bernardo do Campo e Diadema não estavam passando pela Avenida Lucas Nogueira Garcez, que liga o Centro à Rodovia Anchieta. O congestionamento da região apenas melhorou após às 10h, quando a manifestação foi encerrada.

Os funcionários públicos saíram do Paço Municipal em caminhada pela avenida Lucas Nogueira Garcez e seguiram até as ruas paralelas da rodovia Anchieta (km 18). O que acabou por travar o tráfego em toda a região.

Os grevistas, que estão de braços cruzados há 10 dias, retornaram em caminhada ao Paço Municipal e permaneceriam lá até a conclusão da reunião que seria realizada a partir das 9h entre a diretoria do Sindserv e representantes da Prefeitura.

O sindicato informa que 70% dos trabalhadores participam da mobilização. A secretária geral do sindicato, Cássia Tochetto, afirma que há participantes das 24 secretarias da Prefeitura de São Bernardo, inclusive profissionais da saúde e da educação.

A expectativa é que a proposta de reajuste salarial, entre outros benefícios fossem apresentadas nesta reunião. Os servidores reivindicam aumento de 12,54%, sendo 8,04% de reposição da inflação com base no ICV (Índice de Custo de Vida) do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) pelo período de março de 2014 a abril de 2015, e outros 4,5% de aumento real. Eles também pedem abono salarial no fim do ano de R$ 500 e convênio médico com atendimento em todo o ABC. A resposta do encontro será apresentada para a categoria na assembleia marcada para às 16h.

Na noite desta quinta-feira (21/05), o Sindserv e a Prefeitura se reuniram por três horas e algumas sinalizações de acordo já foram apontados. Uma delas, é a compensação dos dias parados para evitar o desconto da folha de pagamento.

Segundo Giovani Chagas, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos (Sindiserv), a categoria vai seguir com a paralisação até conseguir negociar com a Prefeitura. “A nossa pauta já foi apresentada e até agora não nos foi feita nenhuma proposta. Estamos parados desde o dia 14.”

“Vamos fazer manifestação até a Prefeitura se apresentar. Se eles já têm uma proposta, porque esperar até dia 28? Eles marcaram essa reunião, mas vamos seguir com manifestações diárias”, disse Chagas.

Em nota, a Prefeitura informou que tenta antecipar a reunião com os representantes do sindicato, mas o novo agendamento foi recusado pelos manifestantes por duas vezes. Por esta razão, a reunião com a categoria permanece para o dia 28.

ASSEMBLEIA

No período da tarde, a categoria reuniu-se em assembleia, às 16h, para avaliar a proposta apresentada pela administração em reunião que começou às 20h da noite de 21/5, sendo interrompida à 0h30 e retomada às 9h20 de hoje. O resultado desta reunião foi apresentado pelo presidente Giovani Chagas, que subiu ao carro de som acompanhado pelos demais integrantes da mesa de negociações. Segundo Chagas, a administração apresentou a seguinte proposta:

– Reposição da inflação pelo INPC, 7,68%m dividido em duas parcelas – 2,5% retroativos a março e o restante em dezembro.

Chagas informou que, ainda na mesa de negociações, comunicou aos representantes do governo que a direção do Sindserv não concordava com a proposta e que defenderia sua rejeição na assembleia. Colocada a proposta em votação, os trabalhadores seguiram a orientação do sindicato e rejeitaram, por unanimidade, a proposta.

Atualização: 22h30