Cerca de 20 mil professores da rede estadual de São Paulo, de acordo com a Polícia Militar, fazem um protesto na noite desta sexta-feira, 10, na zona sul da capital paulista. A polícia havia divulgado, inicialmente, que 50 mil pessoas participavam do protesto, mas corrigiu os dados. Os professores decidiram, em assembleia, manter a paralisação que já dura mais de 20 dias.
Os docentes se concentraram em frente ao estádio do Morumbi, na Praça Roberto Gomes Pedrosa, para o quarto ato desde o início da greve. Na praça, eles votaram pela continuidade da paralisação e seguiram em direção ao Palácio do Bandeirantes, sede do governo estadual. A categoria quer reajuste salarial de 75,5% e melhores condições de trabalho. O grupo não foi recebido por representantes do governo.
Na saída do Palácio os manifestantes “travaram” o fluxo de veículos e colaram adesivos do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) nos carros parados. Por volta das 19h, o grupo fechou a Avenida Morumbi, na altura da Rua General Euclides Figueiredo, nos dois sentidos. Os manifestantes chegaram à sede da Rede Globo, às 20h, onde interditam a Avenida das Nações Unidas no sentido centro.
Por volta das 21h, os manifestantes ainda bloqueavam uma pista da Avenida Chucri Zaidan, no sentido Morumbi, enquanto outros usavam apitos e tambores para protestar em frente à sede da Rede Globo.
Na quinta-feira, 9, professores de cidades do interior chegaram a interditar sete rodovias em todo o Estado de São Paulo a partir das 16h.
Estado. A Secretaria da Educação tem dito que a greve é “extemporânea”. “Ao contrário do que o sindicato prega enganosamente, a valorização dos professores tem sido foco da gestão. Os docentes garantiram, ao longo de quatro anos, um aumento de 45% em seus salários. O último reajuste se deu há oito meses. Além disso, será pago apenas em 2015 R$ 1 bilhão em bônus por mérito. Nesta semana, anunciou-se a evolução na carreira de 10,7 mil professores, que terão aumento efetivo de 10,5% em seus salários”, informou a pasta, por meio de nota oficial.
O governo do Estado ainda critica o fato de os docentes pedirem aos pais que deixem os filhos em casa durante a greve.

Fonte: Estadão