Obras da Linha 6-Laranja começam com atraso de um ano

Prometida há um ano, o início das obras da Linha 6-Laranja do Metrô só começou a sair do papel nesta segunda-feira (13/4). O governador Geraldo Alckmin (PSDB) participou da cerimônia e iniciou as obras de escavação do VSE Tietê (poço de ventilação).

O traçado ligará a região da Brasilândia na Zona Norte até a estação São Joaquim da Linha 1-Azul, o trecho ficou conhecido como a linha da educação, porque passará por seis universidades e escolas técnicas.

  • Acompanhe o Mobilidade Sampa também nas redes sociais: estamos no X (antigo Twitter), Facebook, Instagram, Threads, Bluesky, YouTube e LinkedIn. Se preferir, participe dos nossos canais no WhatsApp e Telegram para receber atualizações em tempo real.
  • Tem um negócio? Anuncie aqui e alcance milhares de leitores! Saiba mais
  • A escavação começa na Avenida Otaviano Alves de Lima, na Freguesia do Ó, na zona norte da cidade, e será realizada pela Concessionária Move São Paulo, empresa responsável pela construção, operação e manutenção da Linha 6-Laranja de Metrô de São Paulo.

    O modelo de PPP (Parceria Público-Privada) é inovador e o investidor privado assume a responsabilidade de execução, operação e manutenção do serviço, sob fiscalização e acompanhamento do poder concedente que, dessa maneira, pode concentrar recursos em outras áreas também essenciais para a população. No caso da Linha 6-Laranja, a iniciativa privada atua desde o início da obra e é responsável pela construção, compra de equipamentos, operação, manutenção e há total integração dos processos. Uma importante vantagem é que o governo somente iniciará o pagamento pelos serviços prestados quando começar a operação.

    Em 2011, o projeto da Linha foi alvo de polêmica após alguns moradores de Higienópolis se posicionarem contra a localização da Estação Angélica.

    Apesar da demora para o início das obras do Metrô, o governador negou nesta segunda que tenha tido qualquer atraso: “Não teve atraso. A obra desse tamanho talvez seja a maior obra do país, quase R$ 10 bilhões. Uma PPP você tem que fazer engenharia, revestimentos, licitação, assinatura de contrato, desapropriações”, afirmou Alckmin.

    Para o governador, a PPP dará rapidez ao processo de construção do Metrô: “O setor privado tem sempre mais agilidade do que o setor público. O que não pode é um empurrar o problema pro outro porque agora a PPP é completa. O setor privado constrói túnel, as estações, compra os trens, motoriza, energiza a parte eletrônica e opera”, disse Alckmin.

    Para o secretário de Transportes Metropolitanos Clodoaldo Pelissioni, o modelo de gestão da iniciativa privada será mais ágil para fazer as obras: “A vantagem é que o consórcio assume toda a obra e todos os sistemas. Quando nós vamos fazer uma linha de metrô, como a Linha 5-Lilás, nós temos de 40 a 50 contratos e às vezes quando alguma empresa falha, nós temos que reinscidir, contratar novamente, então o consórcio tem essa facilidade de não precisar fazer muitas licitações e muitos contratos, e tem contratos privados que são rapidamente mais reinscididos e readequados do que quando o poder público faz.”

    A iniciativa privada terá cinco anos para concluir o projeto, diferentemente de outras linhas em que alguns trechos são inaugurados ao longo da obra, na Linha 6-Laranja do Metrô, a previsão do governo é do funcionamento integral em 2020. O trajeto atenderá 650 mil passageiros por dia, o investimento da obra é orçado em R$ 9,6 bilhões de reais, sendo que metade foi subsidiada pelo governo estadual.

    São 15,3 quilômetros subterrâneos, com 15 estações localizadas em uma área urbana bastante populosa. Dois shields, conhecidos como “tatuzões”, partirão em direções distintas a partir do VSE Tietê. Um, vai escavar o túnel em direção a São Joaquim e o outro em direção a Brasilândia. As estações serão Brasilândia, Vila Cardoso, Itaberaba, João Paulo I, Freguesia do Ó, Santa Marina, Água Branca, Sesc Pompéia, Perdizes, PUC-Cardoso de Almeida, Angélica/Pacaembu, Higienópolis/Mackenzie, 14 Bis, Bela Vista, São Joaquim.

    Quando entrar em operação, a Linha 6-Laranja oferecerá quatro pontos de conexão com a rede metroferroviária: Linha 7-Rubi (Água Branca); Linha 8-Diamante (Água Branca); Linha 4–Amarela (Higienópolis/Mackenzie) e Linha 1-Azul (São Joaquim), reforçando o conceito de rede integrada proposto pelo governo. Serão 32 frentes de trabalho, divididas em 15 estações, 17 postos de ventilação e um pátio de trens. As obras devem gerar cerca de 10 mil novos postos de trabalho diretos e indiretos. A Linha 6-Laranja será totalmente subterrânea, deverá transportar 633 mil pessoas por dia. Além disso, o percurso, que hoje é feito em até 1 hora e meia, passará a ser feito em 23 minutos o que vai facilitar o acesso da população às diferentes oportunidades da cidade nas áreas de lazer, cultura e trabalho. 

    O governador Geraldo Alckmin foi questionado sobre os desapropriados da Linha 6-Laranja do Metrô e os preços baixos que alguns dizem ter sido oferecidos pelos seus imóveis. O governador respondeu: “Já foram pagos R$ 500 milhões em desapropriações e aqueles (poucos) que tem contestados os valores e entram na Justiça, esta arbitra o valor final e é isto que o governo paga” afirmou.

    Deixe um comentário