A Concessionária Tamoios passou a operar a desde quinta-feira (16/4) a Rodovia dos Tamoios (SP-99), corredor que liga o Vale do Paraíba ao litoral norte de São Paulo – a concessionária pertence ao grupo da empresa Queiroz Galvão. Com a transferência do Estado para iniciativa privada, a cobrança de pedágio pode começar a partir de abril de 2016.
A autorização de transferência do corredor foi assinada pelo governador Geraldo Alckmin, No Palácio dos Bandeirantes, na capital.
Até a sexta-feira (17/4), a operação da estrada será feita em conjunto com o Dersa, que atualmente administra o trecho, e a partir das 0h do sábado (18), a Concessionária Tamoios assume integralmente, pelos próximos 30 anos, os serviços aos usuários, manutenção, conservação e também as obras previstas para o trecho.
A principal obra é a duplicação do trecho de serra, entre o km 60,4 e o km 82 – o trecho de planalto foi duplicado e entregue em janeiro do ano passado. Nesta obra estão previstas as construções de cinco túneis, sendo que o mais extenso deverá ter 3.675 metros.
A previsão é que as obras comecem no segundo semestre de 2015 e a conclusão deve ocorrer até abril de 2020.
O governador destacou a importância da duplicação. “A rodovia liga o eixo mais industrializado do mundo, o eixo Rio-São Paulo com o litoral norte, lugar que mais cresce com o turismo, com a estação do pré-sal em Caraguá e o porto de São Sebastião”, disse.
A cobrança do pedágio em três praças, nos dois sentidos, está condicionada, além do prazo mínimo de 12 meses, a partir desta quinta, também à conclusão de pelo menos 6% da duplicação do trecho de serra.
As praças de pedágio devem ser instaladas no km 15,7, em São José; no km 56,6, em Paraibuna e no Contorno de Caraguatatuba. O valor para ir e voltar do litoral norte pela via deve ser de R$ 20,80.
A empresa tem até 2017 para instalar telefones de emergência (call boxes) e as câmeras de segurança no corredor. Antes, a concessionária, segundo contrato de concessão, deve fazer melhorias no asfalto e na iluminação.
Lava Jato
A Queiroz Galvão, que integra o consórcio que assumiu a Tamoios, é uma das empreiteiras citadas na Operação Lava Jato, da Polícia Federal. A empresa é investigada por desvio de recursos em obras da Petrobras.
A empresa é responsável pela obra do Contorno Sul, que liga o trecho de serra até o porto de São Sebastião. Nesse trecho as obras ficaram paradas por uma semana, por causa de uma greve dos funcionários.
Eles pediam o aumento na participação no lucro e resultados que, segundo o sindicato, estava acordado no contrato e não foi pago. A greve se encerrou depois de um acordo assinado entre os funcionários e a empresa.
A direção da Concessionária Tamoios declarou que as investigações na Operação Lava Jato não vão prejudicar os compromissos firmados com o Governo Estadual.
Sobre a Operação Lava Jato, a Queiroz Galvão negou, por meio de nota, que tenha feito qualquer pagamento ilícito a agentes públicos para obtenção de contratos ou vantagens. A companhia informa ainda que todas as suas doações seguem rigorosamente à legislação eleitoral.
Fonte: G1