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sexta-feira, março 29, 2024

Smart City Expo Curitiba 2018: Confira os destaques das cidades inteligentes

Entre os dias 28 de fevereiro e 1º de março, aconteceu o Smart City Expo Curitiba 2018, que foi realizado no Expo Renault Barigui, em Curitiba, o evento que reuniu pela primeira vez no Brasil especialistas mundiais em soluções para cidades inteligentes. As ideias e planejamentos dos congressos de cidades inteligentes tiveram início em Barcelona, em 2014. Vou trazer aqui os principais destaques do evento.

O evento recebeu mais de 8 mil participantes entre quarta-feira, dia 28 de fevereiro e quinta-feira, dia 1º de março. O número superou as expectativas da organização, que contava com cerca de 5 mil participantes.

CERIMÔNIA DE ABERTURA

Na cerimônia de abertura, Roberto Marcelino, representante do iCities, destacou a criação do Centro de Inovação de Curitiba, iniciativa do iCities para estimular o ambiente criativo da cidade por meio dos laboratórios vivos. Ricard Zapatero, presidente da FIRA Barcelona Internacional, destacou que Curitiba passou a fazer parte de um grupo de cidades mundiais que criam e colocam em prática soluções inteligentes de urbanismo para melhorar a vida dos cidadãos.

Foto: Michel William

O prefeito de Campinas, Jonas Donizette, elogiou Curitiba como a primeira cidade brasileira a ser reconhecida como cidade inteligente. “Ter uma cidade conectada com os seus cidadãos, a tecnologia pode melhorar a vida das pessoas, com mais qualidade”, disse Jonas Donizette. O prefeito de Curitiba, Rafael Greca, destacou que o Smart City Expo é uma aposta na cultura da inovação como fomento de uma nova economia criativa, geradora de oportunidades de desenvolvimento social.

FUTURO SUSTENTÁVEL PARA AS CIDADES

O jornalista André Trigueiro, especialista em gestão ambiental, fez a palestra de abertura do segundo dia do Smart City Expo Curitiba 2018, ele também é apresentador e editor-chefe do programa Cidades e Soluções da Globo News. O André abordou a questão do futuro sustentável para as nossas cidades, sem o qual as soluções inteligentes e tecnológicas se tornam improdutivas.

Foto: Michel William

Confira outros pontos interessantes que o André abordou em sua palestra.

– Na China existem cidades artificiais que estão sendo criadas do zero para serem sustentáveis;

– A realidade do Brasil está há anos luz do conceito das cidades inteligentes, muitos municípios são pobres e não tem recursos, a maioria deles depende do governo federal, boa parte dos prefeitos são analfabetos funcionais.

– O plano diretor obrigatório para cidades maiores que 20 mil habitantes, apenas a metade dos municípios tem o plano diretor, no restante dos municípios é o chamado “Samba Lelê”, nos outros municípios cada prefeito inventa a maneira de descobrir a roda, faz de qualquer jeito, da forma dele, sem tomar como base o plano diretor;

– O André citou a frase interessante do ex-prefeito da cidade de Bogotá, Enrique Peñalosa: “Cidade avançada não é aquela que o pobre anda de carro, mas aquela que o rico anda de transporte público #outracoisa”;

– Michael Bloomberg, ex-prefeito da cidade de Nova York, fez muita inovação sustentável para acabar com o excesso de trânsito na Times Square. “Aumentou o espaço para pedestres e deixou os carros pra lá, Nova York é uma cidade que tem metrô que funciona e que prioriza o pedestre, aumentou as visitas nas lojas e os turistas puderam comprar facilmente bilhetes para a Broadway”;

– Na Alemanha há um estudo para a liberação da tarifa de transporte público de massa para reduzir a poluição, uma medida complicada pois o transporte por lá é saturado, muita gente andando de transporte público por lá;

– Em Paris, há investimento frequente em ciclovia, ciclorota, Zona 30 para privilegiar as bicicletas, as bicicletas públicas sendo financiadas por bancos e muita segurança para o ciclista. “No Rio de Janeiro tem que rezar até um salve rainha para não ser roubado”. A Chery daqui a pouco vai lançar o carro elétrico inteligente sem motorista.

BLOCKCHAIN E O FUTURO DAS CIDADES

A empresária, autora e palestrante britânica Tia Kansara, da Replenish Earth, especialista em cidades sustentáveis, abordou em sua palestra uma das pautas frequentes quando o assunto é tecnologia e finanças: as transformações que o blockchain pode trazer para cidades inteligentes.

Foto: Michel William

“Em 2050, teremos 66% da população mundial vivendo em cidades. É quase o dobro da nossa realidade atual. Para os problemas multidimensionais que esse cenário vai gerar, precisamos de soluções tecnológicas multidimensionais. Nesse sentido, o uso de blockchains remove a necessidade de intermediários como instituições governamentais e bancárias no gerenciamento das relações entre pessoas e empresas”, detalha Tia Kansara.

Esse sistema descentralizado, segundo a especialista, gera uma enorme quantidade de memória compartilhada na próxima geração da internet, que causará impacto nas cidades. Tia Kansara finalizou sua palestra com uma pergunta, que resume o sentimento dos debates do Smart City Expo Curitiba: “Se você tivesse um ouvido digital em cada prédio da cidade, o que gostaria de ouvir deste prédio?”.

DISRUPÇÕES TECNOLÓGICAS NOS SERVIÇOS PÚBLICOS

As novas tecnologias estão mudando a forma de conceber e disponibilizar os serviços públicos. Da inteligência artificial aos grandes volumes de dados e dos drones ao blockchain, as recentes tecnologias estão reformulando como nos movimentamos, como financiamos serviços, como entregamos produtos ou como criamos ferramentas analíticas. O objetivo da palestra “Disrupções tecnológicas nos serviços públicos” foi apresentar essas novas tendências e discutir seu impacto nas políticas públicas.

Pesquisa

O professor Marcos César Weiss, do laboratório de sustentabilidade da Universidade de São Paulo, falou sobre um evento que foi realizado em agosto de 2017 na capital paulista, pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, onde congregou 187 pesquisadores de 17 países, a maioria com idade entre 25 e 35 anos. Foi destaque o trabalho de 15 universidades brasileiras que se dedicam para a pesquisa de tecnologia de cidades inteligentes, focadas em inovação e sustentabilidade.

A maioria dos pesquisadores que participaram deste evento destinam seu trabalho para pesquisa de grande volume de dados e Internet das Coisas:

27% – Internet das Coisas
16% – Big Data e Data Site
16% – Inteligência artificial
14% – Outros sistemas de informações
27% – Outros temas e tecnologias

Onde os pesquisadores investem seus esforços nas cidades inteligentes? Segundo Marcos, as quatro áreas mais representadas são: mobilidade, serviços sociais, saúde e educação.

“As cidades inteligentes não precisam ser somente as grandes cidades, mas qualquer cidade pode ser uma cidade inteligente. Sem a colaboração com a iniciativa privada, a cidade inteligente pode ser somente um sonho”, disse Marcos.

“Quais as três melhores palavras que definem as cidades inteligentes? Eficiência, inovação e tecnologia. Ainda temos muito o que aprender sobre elas, as cidades inteligentes devem sempre priorizar a sustentabilidade”, conclui.

Desafio da Internet das Coisas

Jorge Heller, diretor-presidente da Redisul, falou que nas cidades precisam ter sensores espalhados para avisar sobre alagamentos, vazamento de gás, clima, congestionamentos e mobilidade. Como fazer para essas informações sensoriais cheguem na prefeitura da cidade? “Há um problema de conexão e comunicação que torna o projeto mais caro”, disse Jorge.

Ele destacou que as informações dos sensores podem chegar nas prefeituras através de rede local, wi-fi, conexão 3g ou 4g ou da forma que for possível ou ser criativo para conectar os pontos com os sensores. Do outro lado na prefeitura, as informações chegariam através de nuvem, o servidor trata a informação e manda para o computador da pessoa responsável que precisa tomar a decisão até chegar no ponto de controle central.

Drones

Emílio Hoffmann, pós graduando em drones e vants em aplicações civis e comerciais da PUC do Paraná, começou a palestra fazendo a seguinte pergunta: “Como gerenciar de maneira eficiente a infraestrutura urbana das cidades? E se elas tivessem inteligência própria?”.

“Os drones podem fazer parte da Internet das Coisas, emitindo laser, detectando gases emitidos por aterros sanitários e georeferenciando as informações com GPS. Os dados podem alimentar o Big Data e os drones podem enxergar por cima. A Internet das Coisas está cada vez mais inserida no sistema de gerenciamento das cidades inteligentes, a população pode avisar a polícia sobre assaltos e a polícia pode mandar drones para monitorar os bandidos”, destacou Emílio.

“Em Cingapura os drones estão fiscalizado fachadas e é uma cidade sempre referenciada como cidade inteligente, ou seja, o futuro dos drones será surpreendente nas cidades inteligentes”, conclui.

99

Ana Wakesberg, diretora de pesquisa e políticas públicas da 99, iniciou a palestra fazendo a seguinte reflexão: “O que estamos fazendo hoje com a tecnologia e com os dados?”.

Ela contou um pouco sobre a história da empresa: “A 99 surgiu em 2012, era somente um aplicativo de táxi, antes de 2012 tínhamos que parar um táxi na rua ou pedir um táxi ligando em alguma cooperativa, em 2016 surgiu o 99Pop, o carro particular da 99”.

“Desde 2016 começamos a perceber que precisávamos se relacionar com o governo, pois a capacidade de inteligência de dados para melhorar a mobilidade, não somente transporte barato, podíamos ter parcerias para identificar problemas de mobilidade e trabalhar projetos com as prefeituras. Todos deveríamos ter acesso a um transporte mais barato, rápido e seguro. Em São Paulo, cada pessoa gasta um mês e meio no trânsito entre trabalho e estudo, mas não é diferente de outras capitais”, disse Ana.

“A família média brasileira gasta 20% da renda média em transporte, se comparar com Tóquio, Londres ou Paris, esse percentual é de 4%. Vivemos uma guerra no trânsito, a principal causa de morte dos jovens no trânsito no mundo são os acidentes de trânsito, no Brasil é a segunda, perdendo somente para os homicídios”, conclui.

Ana contou sobre a parceria da 99 com as prefeituras para diminuir os congestionamentos. “A gente lançou um índice de tempo de viagem com dados coletados dos GPS dos motoristas. O que é esse ranking? Comparamos as viagens feitas no horário de pico com 25% das viagens mais rápidas fora do horário de pico. Em Recife, uma pessoa em média gasta no horário de pico 86% de tempo a mais do que fora do horário de pico”.

“Vamos lançar um ranking na semana que vem com 30 cidades. O que fazemos com o ranking? Sempre há competição entre São Paulo e Rio de Janeiro sobre quem tem mais trânsito, mas fomos mais além, dividimos a cidade em um ‘ranking grid’ para cada região, fizemos um índice pra cada região, para o poder público olhar para essas regiões e ver o que acontece com elas para fazer planejamento viário, planejamento de obras de ônibus, rodízio, pedágio urbano, etc”.

“A DiDi Chuxing fez parceria com a cidade de Jinan na China para ter semáforos inteligentes com dados alimentados da DiDi Chuxing e teve redução de 20% de congestionamento. A DiDi Chuxing, assumiu a 99 recentemente”, conclui.

Ana também falou sobre a parceria com a Prefeitura de São Paulo sobre a análise de dados para reduzir os acidentes no viário. “Como podemos ajudar a prefeitura? Analisamos os dados de movimentação noturna, a maioria das pessoas que chama a 99 estão na balada, no bar, ou seja, beberam e não querem dirigir. Na Rua Augusta e na Vila Madalena tem uma movimentação intensa à noite por causa dos bares. Estamos fazendo parceria com as prefeituras e gerando impactos, vamos sentar junto e pensar juntos como melhorar a mobilidade”.

CIDADES INTELIGENTES NO BRASIL: A VISÃO DOS PREFEITOS

Prefeitos de diferentes cidades brasileiras compartilharam sua visão de como administrar projetos de cidades inteligentes, com base em suas próprias experiências em suas cidades. Os prefeitos das cidades de Campinas e São José dos Campos e o ex-prefeito da cidade de Maringá tiveram a oportunidade de mostrar exemplos que mostram o papel da liderança política na agenda de uma cidade inteligente.

Maringá

Silvio Barros, diretor da Solução Consultoria e ex-prefeito da cidade de Maringá, destacou várias inovações que faz de Maringá, uma cidade inteligente.

“Na revista Exame de março de 2017, foi mostrado um ranking das piores e melhores cidades, com um pouco mais que 400 mil habitantes, Maringá foi eleita a primeira da lista. Quais foram os indicadores que a elegeram a primeira da lista? Não foram por votos, porque foi eleita a melhor? Foi um processo e não a obra de um prefeito. A cidade tem uma sociedade civil organizada, planeja a cidade que deseja pro futuro com 20 anos de antecedência, começamos esse processo em 1996”.

“A comunidade está trabalhando no planejamento da Maringá 2047, quando a cidade irá completar 100 anos, uma consultoria contratada pela comunidade está planejando a cidade pra daqui há vinte e poucos anos. A Price Waterhouse Coopers realizou um estudo onde diz que em 2020 que cada cidadão terá em média 6,8 dispositivos conectados como o seu carro”.

“O que a tecnologia pode representar no serviço público pra atuação da prefeitura? Informatizar toda a saúde, ter prontuários eletrônicos, aprovação de projetos digitais, empreendimentos imobiliários com acompanhamento em tempo real, não temos planta de prédio, é tudo aprovado de forma digital e serviços públicos são em tempo real”.

“Temos a bilhetagem eletrônica, desde 2006 não temos cobrador dentro dos ônibus, temos a opção da cesta de tarifas que você escolhe o valor da tarifa que você quer pagar na hora que o ônibus estiver mais vazio. Não temos mais carnê de IPTU desde 2007, agora é tudo pela internet”.

Como será o governo do futuro? Silvio destacou alguns pontos interessantes e disse que basta os prefeitos das cidades quererem essas modernidades.

  • Cadastro imobiliário atualizado feito por drones com redução de custo;
  • Árvore solar que carrega celulares e conecta celulares numa praça pública;
  • Zero Energy Building, ou seja, são edifícios com “consumo zero” de energia;

“Quanto a segurança pública, as empresas privadas nos informam que na cidade tem mais de 30.000 câmeras privadas voltadas pra rua e não as câmeras da prefeitura, elas não estão conectadas, essa informação da rede de imagens poderia melhorar a segurança pública. Em Porto Alegre, uma startup chegou a criar um aplicativo que torna o cidadão um agente de trânsito, ele mandava uma mensagem com foto para a prefeitura pra alguém ser multado, porém a empresa foi proibida de fazer esse serviço, o prefeito ficou com medo da tecnologia, a prefeitura ridicularizou quem quis ajudar, um absurdo! As prefeituras precisam incoroporar as tecnologias ao plano de mobilidade urbana.

São José dos Campos

Felício Ramuth, prefeito da cidade de São José dos Campos e vice-presidente de Mobilidade Urbana da Frente Nacional e Prefeitos, iniciou a palestra dizendo que já foi programador de computador, que pertence a nova geração de políticos e que a sua atual gestão se resume em compartilhar recursos e inovar. São José dos Campos fica localizada a 100 km de São Paulo e possui cerca de 700 mil habitantes. Ele destacou algumas inovações da cidade que governa.

“A Avenida dos Astronautas, avenida da Embraer, lá tem o primeiro semáforo inteligente do mundo, através do Google é feito todo o controle semafórico, através das APIs do Google sabemos quantos carros estão passando, podemos regular o tempo semafórico e acompanhar por dias e meses sem qualquer sensor, somente com o Google”.

“São José dos Campos foi uma das primeiras cidades a regulamentar os aplicativos de transporte no começo de 2017. A cidade têm 1,6% mortes para cada 30 mil habitantes, uma redução de mortes e acidentes de trânsito. Temos 172 pontos de leituras de placas, 24 horas por dia para rastrear as entradas e saídas. O controle do estacionamento da Zona Azul é feito com aplicativo. Temos um carro guardião que anda nas ruas, ele lê as placas e vê o uso correto da Zona Azul, lê placas roubadas ou impostos atrasados”.

“Temos uma rede de saúde informatizada, com um sistema na Internet para saber se o seu remédio está disponível na UBS e o pagamento do IPTU com desconto para telhados verdes. Temos um aplicativo de ônibus em tempo real e vamos lançar um 0800 de dados, as pessoas que desenvolvem soluções tecnológicas para simplificar as soluções para que não serem complexas”, conclui.

Campinas

Jonas Donizette, prefeito da cidade de Campinas e presidente da Frente Nacional de Prefeitos, começou a palestra dizendo: “Como é ser prefeito? Não é uma tarefa simples, mas é fácil e não tão complicado”.

“Somos uma cidade de aparato social com conhecimento muito forte. Temos a Unicamp, Embrapa, CPqD, entre outros institutos. O mundo está mudando muito, o jornal impresso está deixando de existir, cito como exemplo o jornal Gazeta do Povo do Paraná que agora é digital. As televisões e as rádios vão ter que se reinventar. Estamos fazendo um esforço na rede de ensino para ter aulas de empreendedorismo, antes nas escolas se falava ‘vou ser funcionário do Banco do Brasil’, isso está mudando”.

“Estamos levando a Qualcomm para Campinas com a geração de mil empregos, antes a Bosch chegou a ter 12 mil funcionários, o brasileiro tem a iniciativa, porque ensinar empreendedorismo? Para a criança ter uma visão mais ampla do que ela vai ter que produzir. O emprego será algo muito disputado e teremos que ter um bom relacionamento, nada disso será praticado se não tiver um investimento digital, vamos ter que ter uma grande infraestrutura de setor”, conclui.

SMART CITY EXPO CURITIBA

Você pode seguir acompanhando as informações da Smart City Expo Curitiba através do site oficial ou acompanhar nas redes sociais (Instagram, Twitter e Facebook). Até a próxima edição em 2019!

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