A nossa equipe MobSampa acompanhou o quarto protesto do MPL no centro da capital paulista nesta Sexta 23/1. A concentração ocorreu em frente ao Theatro Municipal, no fim da tarde. Uma catraca foi queimada minutos antes do ato. Às 18h25, os manifestantes começaram a andar por ruas do Centro em direção à Praça da República. No início do trajeto, passaram em frente à Prefeitura, no Viaduto do Chá, que tinha um grande reforço policial.
Por causa do horário, a maioria das lojas e agências bancárias da região central estava fechada, como por exemplo na Rua Direita, o que facilitou a caminhada. Na Praça da Sé também havia um efetivo reforçado da Polícia Militar e quando o grupo do MPL chegou na praça não puderam acessá-la devido a este efetivo ter ficado em frente a Rua XV de Novembro. As outras equipes de imprensa estavam bastante equipadas, alguns estavam usando até coletes balísticos.
Nesta manifestação, integrantes do MPL criaram um cordão em frente à faixa que abre o protesto e não permitiram que ninguém passasse por ele. O cordão era imediatamente seguido pela passeata, que ficava envelopada pela PM (policiais dos dois lados do grupo não permitiam a passagem pelas laterais).
Por volta das 19h, um temporal fez com que os manifestantes usassem capas e guarda-chuvas e não desistiram de continuar o trajeto. Por segurança, o acesso à Estação São Bento do Metrô na Rua Boa Vista foi fechado. Na Rua São Bento e no entorno do Largo São Bento havia uma reforço do efetivo da tropa de choque. Na Rua Boa Vista diversas agências bancárias e prédios do governo estadual foram protegidos para evitar ataques. Quando o grupo chegou no cruzamento da Rua Boa Vista com o Largo São Bento a chuva estava bastante forte. A precipitação durou cerca de 40 minutos.
Manifestantes caminham pela Rua Líbero Badaró, no sentido Prefeitura. Também passam em frente à Secretaria da Segurança Pública, na Rua Líbero Badaró e depois passam em frente ao Largo São Francisco. Também haviam muitos mascarados pichando diversos locais que encontravam pela frente.
Quando o ato chegou em frente à Câmara Municipal, dois manifestantes mascarados queimaram uma bandeira do Brasil.
Ao passarem novamente pela Rua Xavier de Toledo, a entrada da estação Anhangabaú estava fechada, as entradas do Shopping Light e também a Casas Bahia estava fechando as portas. Na Rua Xavier de Toledo com a Rua Sete de Abril os seguranças do Metrô observavam o prédio da esquina, pois no local estavam concentrados diversos integrantes do MST. Um grupo da força tática estava posicionado em frente ao Viaduto do Chá para reprimir qualquer tentativa de aproximação do grupo em frente a sede da Prefeitura de São Paulo.
Um grande tumulto começou às 20h30, na Rua Conselheiro Crispiniano, perto da Avenida São João. Segundo a PM, rojões foram jogados na direção dos policiais; já o MPL afirma que a corporação é quem começou. Houve uma correria muito grande de manifestantes e de um grupo de mascarados em todos os arredores da Praça da República
O protesto, que até então seguia pacífico, chegava ao fim quando uma explosão fez com que manifestantes corressem e PMs usassem armamento não letal. Quatro pessoas, incluindo um jovem com ferimento na cabeça, foram detidas. Um repórter do jornal “O Estado de S.Paulo” foi atingido por uma bala de borracha e um manifestante, ferido na boca.
Cavaletes de trânsito e até uma tábua de passar roupa foram desmontados por mascarados, que usaram os pedaços de madeira para depredar. Lixeiras foram quebradas e o lixo foi colocado no meio da rua. Agências do Bradesco, do Santander e da Caixa, na região da Praça da República, foram vandalizadas e tiveram seus vidros quebrados. E os vândalos também quebravam mais locais que viam pela frente como pontos de táxi e continuavam a espalhar muito lixo no entorno da Praça da República e Praça Ramos de Azevedo, nas ruas Conselheiro Crispiniano e Vieira de Carvalho.
As estações República e Anhangabaú ficaram com os seus acessos fechados.
Segundo a Polícia Militar, 1,2 mil pessoas participaram do ato; já o MPL estima um número bem superior: 5 mil. Ainda de acordo com a corporação, 1,1 mil agentes acompanharam o protesto.